terça-feira, maio 02, 2006

Nada de brilhante

Sou uma casa.
Tijolos, madeira, areia
vazio

Escadas, muitas delas
do céu ao porão
sons, cheiros, cores de algodão

doce

É dia
Manhã de outono.
tons se desfazem em folhas
e vento
reinvento.

Nenhum quadro.
Ou foto.
Janelas, muitas delas
paisagens sonolentas
mar, montanhas, desertos

Jardim
Jardins labirínticos e rosas
crianças inventam passagens
pequenos príncipes e alices
sem vulcões ou coelhos

Esqueceram de dar corda no céu

No segundo andar uma moça, só.
Uma moça arruma o seu quarto.
Luz do abajur.

É noite.

Estrelas rasgam sorrisos no céu.

Esse cheiro.
Cheiro.
Perfume de nuvem na pele.

Uma banheira cheia mas, ninguém entende precisar de banheira.
Não para acalmar as entranhas.

Se preenchem em sonhos.