Sou uma casa.
Tijolos, madeira, areia
vazio
Escadas, muitas delas
do céu ao porão
sons, cheiros, cores de algodão
doce
É dia
Manhã de outono.
tons se desfazem em folhas
e vento
reinvento.
Nenhum quadro.
Ou foto.
Janelas, muitas delas
paisagens sonolentas
mar, montanhas, desertos
Jardim
Jardins labirínticos e rosas
crianças inventam passagens
pequenos príncipes e alices
sem vulcões ou coelhos
Esqueceram de dar corda no céu
No segundo andar uma moça, só.
Uma moça arruma o seu quarto.
Luz do abajur.
É noite.
Estrelas rasgam sorrisos no céu.
Esse cheiro.
Cheiro.
Perfume de nuvem na pele.
Uma banheira cheia mas, ninguém entende precisar de banheira.
Não para acalmar as entranhas.
Se preenchem em sonhos.