Não reconheço a imagem e não há nada de novo nisso.
Lisa é a pele. Tudo permanece como sempre esteve.
Da mesma maneira de ontem e do dia anterior.
E não reconheço a imagem.
As mesmas cores e texturas. Os lábios, os vincos, as manchas... iguais.
Tudo como sempre.
Desconheço.
Ela me olha de volta. Tem vida própria, que não a minha.
É independente de qualquer promessa que eu lhe tenha feito.
Para ela não há passado ou futuro. Simplesmente a imensidão... Azul
Não é mar nem ar.
Ou, quem sabe, é tudo isso misturado.
Ela não acha que tudo passa, pois não crê em coisa alguma.
Apenas é. Sem ter, sem ser.
Sem nem mesmo saber que o não querer é tudo ter, mas ela não se importa.
Com nada.
É nada. É Deus e vazio ao mesmo tempo.
Não se corromperá jamais pois, não tem fé. Nem morrerá tampouco, já que não existe consciência em estado bruto.
Inconsciência. Inconsequência.
O dia amanhece e continuo com frio.