segunda-feira, agosto 02, 2010

Um silêncio enorme.

Onze dias, ela tinha contado. Onze dias desde que envelhecera um pouco de vida.

Passado o choque, ela se viu ali, parada, olhando de fora a dor que lhe roubara pedaços dos sonhos. Não de sonhos concretos, desses dos quais se quer alguma coisa. Mas, daqueles que nos fazem seguir, andar olhando pra frente, sem pestanejar.

Era o final de um domingo bonito, agradável. Esses dias ensolarados de inverno no Rio de janeiro, onde o sol é carinhoso, a brisa suave e as cores e sombras fazem a fotografia do filme mais bem cuidado parecer brincadeira de estudante.

Mas, algo parecia fora do lugar: O dissipar da tristeza. Um movimento natural e ao mesmo tempo incoerente. A vida que seguia a enchia de uma melancolia doce, de uma certeza de que crescer tinha mais a ver com encontrar fé no improvável do que com aprender a caminhar.

Não existia a menor possibilidade de se acostumar com a dureza dos fatos, com a certeza de que apesar da grandiosidade dos acontecimentos, o mundo não pararia. Tudo seguiria igual. Os carros, os faróis de trânsito, as crianças nas escolas, as conversas nos bares, as fábricas, os sons, as cores... Tudo seguiria igual, naquele mundo diferente.

Ela queria saber palavras que dessem sentido a todo esse circo de carne, ar e concreto. Mas, as palavras, não vinham.

As imagens, lindas, que a cercavam por todos os lados, pareciam nada além de uma grande folha de papel em branco. Imagens vazias de sentido, mas repletas de sentimento, inundadas pela vida que corre, vivida.

Ilusão partida da vida que segue.

8 comentários:

Anônimo disse...

O silêncio faz parte da minha vida como o cigarro, eles caminham juntos na minha sacada... só são encomodados pelos vizinhos emprestando meu açucar...

EU penso que agente proucura tantas palavras pra descrever os fatos que perde tempo em observá-los com mais beleza.

verso torto disse...

"A vida que seguia a enchia de uma melancolia doce, de uma certeza de que crescer tinha mais a ver com encontrar fé no improvável do que com aprender a caminhar."


que bom que alguém conseguiu transpor isso em palavras.

parabéns!

Tonhá disse...

A tristeza é implacável,
não com os outros,
mas conosco.
A tristeza é algo que nos implora,
não a ficarmos tristes,
mas a entendê-la.
A tristeza não é algo tão ruim.
Ser triste é ser apaixonado pela vida que se quer, pela vida que se busca e pela vida que se consegue.
A tristeza mais parece com paixão.
Por isso,
Há tristeza na derrota.
Há tristeza na conquista.

Caí aqui por acaso, numa dessas tristes madrugadas.

QuelMenu disse...

Nice post, even if I only used google translate!
do you have some post written in english Vitoria??

Oh, Another question! why is it too sad? :(

Anônimo disse...

Se você comentar os comentários, o IBOPE aumenta!....rs
As pessoas querem saber o que vc achou do que elas acharam, entendeu?
Bjos.

Uirá Felipe disse...

... Vivs! Esqueci de mencionar no outro comentário, estou passando voando pois estou caindo de sono, por isso não li nada ainda, só vim fazer contato mesmo, e aproveito pra lhe deixar a dica: qdo quiser exercitar seu inglês passa no blog que criei em homenagem à minha mãe, tem uns poemas meus (ou músicas ) que fiz em inglês e aproveita pra corrigir meu enferrujado inglês!

TE AMO eternamente, beijo gandhi!

Uirá Felipe disse...

ô cabeça agitada a minha! falei falei e não deixei o link do blog! Aqui vai:

rain-son-gs.blogspot.com

Beijo beijo!!

Unknown disse...

Ei !
sou eu de ontem =)

http://www.blogger.com/comment.g?blogID=7292142&postID=8519844560842814565

http://www.blogger.com/comment.g?blogID=7292142&postID=3064573297807306918

bejinhos