terça-feira, dezembro 21, 2004

Feliz ano... novo?

Nossa faz anos que eu não venho aqui, nem sei mais se ainda sou uma pessoa que escreve em um Blog. Bem, acho que simplesmente o fato de eu estar aqui já indica que sim. Ou não...sei lá!
Não sei nem o que escrever...
Será que tenho alguma coisa para dizer...vejamos... Estou com uma baita conjuntivite. É um saco, sabe faz um mês que estou sonhando com as férias e quando ela vem não posso sair de casa! Muito empolgante!
Mas, em compensação até tenho vivido coisas boas. Estou redescobrindo minha vida familiar, me sentindo em casa como a muito não sentia. Ontem a noite, por exemplo, acendi uma vela e um incenso antes de dormir, deitei na cama e fiquei um tempo pensando na vida...Logo o meu irmão entrou no quarto, e semfalar uma palavra sentou na beira da cama com o violão na mão e começou a tocar uma música, segundo sua própria definição, minimalista. Parece besteira mas, aquele momento foi um dos mais especiais que vivi esse ano, ou na vida...não sei. Sei que naquele momento me dei conta da paz que pairava no ar... acho que já nem sabia mais reconhecer essa sensação...
É incrível como está tudo novo, de novo.

sábado, setembro 11, 2004

Tem alguém aí???

Oi para quem ainda acessa o meu Blog, que a séculos não é atualizado. É que fiquei um tempo sem computador e a vida tava corrida... início de semestre, gente chegando, gente partindo, descobertas sensoriais, emocionais, intelectuais... Uma nova realidade a cada dia...
É ... o de sempre!
Hoje é um bom dia para voltar a escrever, a realidade é: TRANQUILA. Até porque depois de ontem qualquer dia seria tranquilo. Sabe aqueles dias que parece que o ar tá com uma outra densidade? Que a luz tá diferente...foi estranho. Passei o dia todo com a sensação de que algo estava para acontecer... sobrevivi.
O dia passou sem que eu percebesse mas, olhando para ele agora vejo que foi um dos mais intensos. A percepção do mundo a minha volta estava estranhamente física o que me dava uma velocidade de reação impressionante. Fizemos um ensaio ótimo na intrépida, A Helena foi visitar a gente de surpresa - ela veio passar 3 semanas de férias aqui no brasil-. Fomos no ensaio aberto do espetáculo do Cris e do Sandrinho em um veleiro- uma história de piratas intercalada por vários números circenses- . E na faculdade começamos a trabalhar com Esperando Godot.
Mas, a intensidade não veio dos acontecimentos. Mesmo que eu não tivesse saído de casa tenho a impressão de que experimentaria o dia com a mesma força, foi um dia especial, nem bom, nem mal... especial

Pois é esperando Godot...

sábado, julho 31, 2004

Vai vai vai começar a brincadeira

Hoje foi o último dia da oficina de circo.
Três maravilhosamente intensas semanas.
O saldo foi mais do que positivo. Apesar das dores no punho e do cansaço, valeu muito.
As pessoas, os universos, os impulsos, as novidades, os limites ultrapassados, o conhecimento de muitos outros que precisarão de esforço intenso para serem vencidos...Foi tudo muito engrandecedor.
No começo eu fiquei meio receosa, nem tava gostando muito. ficava pensando no Lú, impliquei com a falta de organização, com o número muito alto de alunos... Mas, antes mesmo que eu pudesse perceber tudo isso foi se desfazendo e quando dei por mim já estava completamente entregue. A mágica foimais forte que a vontade de resistir.
Só me dei conta hoje. É incrível como é preciso que um ciclo se feche para você poder percebe-lo com clareza. Hoje depois da apresentação tava uma energia tão boa, tantos sorrisos, tantos abraços sinceros... Me arrependi de não ter sido mais aberta com as pessoas (esse meu jeito ultra-na-minha é meio irritante as vezes), muito gente alí eu só fui perceber o quanto gostava na hora da despedida, fica aí mais uma coisa para ser aprendida...
Hoje vou para cama com o sorriso calmo no rosto. Com a felicidade inquieta de quem muito satisfeito se prepara para dar um novo passo.
Amigos a vida é uma brincadeira, se divirtam!!!!
Muitas bolinhas de sabão

terça-feira, julho 27, 2004

Brilho Eterno de uma mente sem lembranças

   Sabe quando você sai do cinema com uma sensação de quero abraçar o mundo? Não porque o filme queira dizer isso, mas por que você saiu tão satisfeito que  quer compartilhar isso com as pessoas? Os melhores filmes tem essa capacidade. E não é porque ele tem um roteiro maravilhoso, fotografia e direção de primeira, ou qualquer outra qualidade do gênero (não estou dizendo que não possa ter). Mas, pelo simples fato de mexer sinceramente com você. É uma sensação de:  -gostei sim...  Ah! Gostei porque gostei!
   Hoje eu sai do cinema assim. Fui ver brilho eterno de uma mente sem lembranças. Fiquei tão feliz, não saia do cinema me sentindo assim desde Em lugar nenhum na África ( um dos filmes mais lindos que já ví em toda a minha vida!!!).
   O filme é uma alternativa para explicar aquela sensação de eu-te-amo-desde-a-primeira-vez-que-eu-te-vi-provavelmente-já-nos-conhecemos-de-uma-outra-vida-vim-até-aqui-para-te-encontrar-e-agora-sei-que-não-consigo-viver-sem-vc. Sim é um filme romântico. Mas, pense bem... O amor é lindo! Fora que é uma história de amor sendo contada de uma forma bem...inusitada.
   Bem, é isso. Escrevi para quem quiser ver porque não tive a iniciativa de abraçar as pessoas na rua. Por favor sinta-se abraçado.
     sorriso sincero...       Vi

 


segunda-feira, julho 26, 2004

sábado, julho 24, 2004

Menina Pedra


Eu queria ser uma amendoeira.
Ou um lindo Ipê roxo, ou amarelo.
Ter a natureza certa e imóvel das árvores.
Uma árvore, ao contrério de um homem, é real.
Uma árvore É uma árvore.
Não escolhe o quê será, o quê fará. Árvore é Árvore, o que uma árvore faz é seu. Dá frutos, faz sombra, enfeita o ambiente que a cerca. É casa de macacos, passarinhos e crianças. Purifica o ar, fornece vida ao planeta e, em troca, tem um espaço que é só seu.
E, sofre muito menos a ação do tempo do que do próprio espaço, que dela faz parte. O que reforça ainda mais o seu estado de SER.
Uma árvore não comete erros, no máximo possui galhos secos, pedaços inférteis, que convivem com sua natureza provedora sem a ela nada acrescentar mas, também sem nada prejudicar.
Uma árvore é mãe sem ser mulher.
Estática, a mesma dentro do seu ciclo de mutabilidade, tão constante que se torna imutável.
Felizmente em um único ponto tal característica lhe escapa, é mortal.
Triste é ser pedra, que tem o mesmo poder de "SER" desafiado exatamente por ser eterna.
Uma pedra nunca morre, pelo contrário, com o passar do tempo ela se multiplica em fragmentos que sobrevivem independentes do todo. Cada pedaço mantém as características necessárias para continuar sendo chamado pedra, mas uma outra pedra. A transformação morfológica lhe destitui da única característica que a torna individual. Sua forma é o que lhe dá a possibilidade de SER, e a retira. A cada novo estado morfológico, já não são mais o que foram e muito menos são o que são.
Eternamente incompletas.
Como as pedras somos nós, humanos.

terça-feira, julho 13, 2004


sol de circo Posted by Hello

é, pois é

Foi um bom fim de semana. Chuvinha, aconchego.
Uma opção pela felicidade.
Acho que só agora estou conseguindo compreender como funciona
esse meu mecanismo de atrair dor.
Não é puro masoquismo. Me atraio pela intesidade que a dor
representa .
É como se constantemente eu me enfiasse uma faca só para ter
certeza de que estou viva.
E ainda me engano atrás da desculpa de que a punhalada é
necessária para o alcance de uma felicidade futura. De que vale
a pena!
Baboseira, Bobagem.
+ quer saber? Cansei da dor. Ficou muito repetitivo.
Me encantei pela felicidade... pela calma, pelos pequenos
prazeres, pelo amor, pelos sonhos.

Descobri que a vida não precisa ser medida (não importa)...
é só ser vivida .:

quarta-feira, julho 07, 2004

Pensamentos de beira de estrada

sábado, 03 de julho de 2004
estrada Rio-Lumiar

Lua linda, Céu de inverno
Brilho imenso prateado
Tô encantada correndo contra o tempo... nessa estrada, fui atrás de mim. E bem aqui, no meio do caminho, encontrei ela, linda prata-avermelhada.
Me desfaço em sorrisos, entregue na noite encantada.
Estou feliz por tudo. E por nada!
...preciso voltar para a estrada.

segunda-feira, junho 28, 2004


sonhos11 Posted by Hello

Horas, semanas, segundos, dias, meses, minutos, quilômetros, graus

Ontem foi um daqueles longos dias... Podia ter durado semanas, e também apenas alguns minutos. Fui visitar o Lú. É incrível a capacidade que temos de ficar forte pelas pessoas que amamos. Fortaleza de areia, não resiste ao vento, ao mar, ao menino que correndo passa por cima. Foi só virar o corredor que desabei. Mas, diferente. Apesar de tudo ele tá com muita força. A minha vontade era de arrancar aquele monte de fios e tubos, acho que a dele também. Paciência, Paciência...
Tô repensando a vida. É preciso abrir os olhos!!!! Parece que quanto mais eu repito mais eu esqueço. Cada detalhe, cada segundo, cada feixe de luz é tudo, é absoluto e de extrema importância, que merda é viver a vida sem percebe-la, é o maior dos desperdícios.

Não se deixe enganar pela apatia geral
Tudo a sua volta é especial
Nada é banal
Mantenha-se em estado de alerta, sempre!
Aproveite
Se permita
Ame muito
Se expresse
Viva
Abra os olhos, os ouvidos, a boca, os poros, os canais...
O que pode vir de ruim não tem o direito de bloquear o que vem de bom.
Não tenha medo, na verdade você sabe o que faz...

segunda-feira, junho 21, 2004

Vida louca vida, vida breve
Já que eu não posso te levar... quero que você me leve!

sábado, junho 19, 2004

Nuvens de chumbo


Hoje a angústia é grande. Ao contrário de antes, o ar está denso, quase pastoso. Respirar não é tão fácil e o corpo pesado. Desde quinta estou assim, achei que era preocupação com a banca, eu tava com medo por não estar conseguindo ensaiar o tanto quanto queria e tava me sentindo meio incompetente, meio burra cênicamente. Mas, a banca passou, dei o melhor de mim, os resultados foram muito bons (tanto o meu quanto o de toda a turma)mas, a sensação de alívio seguida por aquela maravilhosa euforia, frustrando as minhas expectativas, nunca apareceram. Sobrou um vazio.
Saí para comemorar com a galera, não deu certo, cada grupinho foi para um canto e eu resolvi ir para casa (estava muito cansada). Fiquei fritando na cama até as sete da manhã. E... Que Merda!!!! O que que está acontecendo. Eu deveria estar ao menos aliviada!
Mas, na verdade, preocupação sobre a banca desfeita, abriu-se espaço para a preocupação de verdade subir a superfície. O Lú.
Ela tava alí o tempo todo, latejante mas, ignorada. Agora quer ser vista, quer gritar... só que não sabe mais como. É difícil encontrar a porta de saida depois de ter sido tão sufocada...
Sabe, naõ é justo. As vezes a vida faz umas coisas... Como seria bom ter uma máquina do tempo para poder voltar e apagar tudo aquilo que simplesmente não deveria ter acontecido. Teríamos um tribunal especial para fatalidades injustas, e quando julgássemos ser pelo bem geral, voltaríamos para cuidar do passado. As pessoas encarregadas de tais funções vestiriam longas capas brancas, teriam cabelos curtos. Seriam escolhidas através de uma delicada seleção - Quesitos: Integridade, Coragem, Entrega e Determinação.- E então pela primeira vez a maior invenção da humanidade, O tempo, Serviria para alguma coisa.

quarta-feira, junho 16, 2004

Bom Dia !

Sabe uns dias que você acorda mais desperto do que outros? Hoje eu acordei assim. Parece que como por milagre tudo fica mais claro,não pense que quero dizer com isso que a partir de agora tenho as soluções para todos os problemas...não é isso. Mas é que de repente, fica tudo mais leve, tudo aquilo que a gente nem sabia que estava pesado sabe?
Não há dúvida, e se há ela não perturba tanto. Por exemplo... Bem, não dá para dar exemplos porque são muitos e para não falar direito, é melhor não falar nada, mas tudo bem. É isso! Entendeu?

domingo, junho 13, 2004


botesini Posted by Hello
"+ PARA AQUELES QUE AINDA NÃO CAÍRAM NA PRESSA VERTIGINOSA DE NOSSOS DIAS. SÃO POUCOS MAS AINDA HÁ QUEM NÃO TENHA SE HABITUADO A CALCULAR O VALOR DE CADA COISA PELO TEMPO ECONOMIZADO OU PELO TEMPO PERDIDO. ELES AINDA TEM TEMPO. PARA ADOTAR ESSA PRÁTICA É PRECISO SER QUASE UMA VACA E NÃO UM HOMEM MODERNO, E RUMINAR. RUMINAR DEVAGAR, PROFUNDA, CUIDADOSA, RETROSPECTIVA E ANTECIPADAMENTE, DESCOBRINDO INTENÇÕES, PORTAS DEIXADAS ABERTAS, COMO OUVIDOS E OLHOS SUAVES." [sobre o tempo, Nietzche]

sábado, junho 12, 2004

O que eu estou fazendo aqui?

Bem, Não sei bem o que me fez abrir esse blog. Acho que foi a vontade de compartilhar as sensações incompreensíveis com quem quiser tentar compreende-las, ou não ...simplesmente conhece-las. Não importa. O que importa e que eu tô aqui e já que resolvi escrever, quero falar um pouco sobre a tempestade.
Acontece que hoje eu combinei de ir a praia com a Ana(espanhola) de manhã cedo. Pra começar a gente chegou na praia às quatro horas da tarde, pegamos exatos 3 minutos de sol até que o tempo fechou, uma ventania forte tomou conta, até alguns pingos começaram a cair. Com a mesma velocidade meteórica que o tempo virou, praticamente todas as pessoas que estavam na praia debandaram. Eu e Ana, que tinhamos acabado de chegar, resolvemos ficar e aproveitar a praia vazia.
A praia tava linda, sabe quando fica uma lagoinha antes de chegar na água? Então tava assim: Tudo vazio (a não ser por nós duas, um cara fazendo um tipo maluco ai de yoga e uma menina ensaindo -eu acho- uma cena de expressão corporal ou alguma coisa do tipo) a lagoinha e o mar num tom que misturava verde claro e cinza, milhares de atobás parados no ar,como fotografias em 3 dimensões, batendo as asas sem conseguir se mover por causa da força do vento, uns windsurfistas lá no leblon e uma infinita quantidade de nuvens movendo-se rapidamente para todas as dimensões. Estava tudo realmente muito lindo, a tempestade chegando , a força do vento ...é indescritível. Só sei que em mim batia uma sensação de tranformação muito forte, de uma transformação real, concreta, orgânica, o meio ambiente se tranformando e eu ali contemplando, sentada calmamente no olho do furacão! Integração.
Pensei em todas as pessoas que a poucos minutos estavam ali, e ao perceberem que o ambiente que tinham se programado para encontrar iria se modificar fugiram correndo, não sei nem se fugir seria a palavra certa, elas simplesmente sairam. Nem cogitaram a idéia de serem surpreendidas pelo acaso. Já estão muito bem treinadas (poupa tempo!). Associam praia a sol, quando não tem sol não tem praia, logo nunca conhecerão o nascer da tempestade ... que é tão bonito.

Deveríamos viver o acaso, qual é a graça de conhecer tudo o que se vive?