segunda-feira, outubro 21, 2013

Aventura Matutina

É uma segunda-feira. Deixou a manhã livre, ainda não tinha descansado tudo o que deveria durante o final de semana, sendo mais do que justa a prorrogação. O tempo era curto, mas acelerar o ritmo não parecia possível e menos ainda preocupar-se com isso. Lavou o rosto, penteou os cabelos, vestiu uma roupa leve e azul para combinar com o dia de sol. Não havia mais tempo para o almoço, tirou um café da máquina e junto com sacolas de roupas e objetos que seriam úteis ao longo do dia. Preparou alguns mantimentos industrializados que prometiam a combinação perfeita entre proteínas e carboidratos por  porção para uma vida leve e saudável. Saúde desidratada. Calma e atenta, pouco tempo, nenhuma pressa. Aperta o botão para destravar as portas do carro, nada acontece. Que mania essa de sempre esquecer as portas abertas. Acomoda as sacolas e garrafas no banco do passageiro, se coloca no lugar do motorista, gira a chave e nada. Nenhuma luz, nenhuma resposta além de um leve engasgo do motor, que logo cessa. Tenta usar o telefone, mas não existe sinal na garagem. Sobe a pé a rampa para carros e sente um carinho do vento frio. O dia está memorável de tão perfeito. Precisa acelerar o ritmo. O tempo que era curto, mas justo, se tornou insuficiente. Liga para o trabalho para avisar sobre o atraso. A calma já foi substituída por um certo estado de alerta. O dia de repente parou de caber nele mesmo. Recebe a notícia, o trabalho, que também é um ensaio, acabara de ser cancelado. Além do vento, percebe o azul muito claro do céu pincelado por nuvens brancas quase inexistentes de tão rarefeitas. Muitas realidades sobrepostas antes mesmo que pudessem ser percebidas. Desceu a rampa em direção ao carro, juntou as sacolas e garrafas e apertou o botão do elevador. Uma tarde, uma vida inteira, livre pela frente e não fazia a menor ideia sobre qual seria o próximo passo. Não tinha certeza, mas talvez fosse esse o outro lado da felicidade. Talvez fosse apenas o nada.

3 comentários:

Óslavine C. Edgar disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

E lá estava, sentada na areia, já havia perdido a noção do tempo só se sabia que pelo olhar dela o nascer do sol era deslumbrante e aqueles olhos verdes que agora mais do que nunca brilhavam por causa do calor do sol, estavam famintos por algo que eu não conseguia decifrar, as ondas do mar empurrava o vento até seu cabelo loiro, parado ali na beira do mar alguns centímetros dela, podia ver o quanto era notável sua beleza, e no olhar um fascínio, um fascínio pelo mar.

guilherme lourenço disse...

como conseguiria entrar em contato com vc?não é profissional...;x foda;/